quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Filósofos da Fé - Agostinho e Tomás de Aquino

Através da filosofia, da ciência e seus avanços, a humanidade caminha de forma mais concreta, no sentido da razão. Mas a razão não encontra resposta para tudo. O homem por sua vez está cada vez mais inseguro diante das perguntas: “Quem é o homem, de onde vem e para onde vai”?

Destarte, a Fé, por sua vez é luz que o homem precisa para entender as respostas que ele não obtém na razão. A razão para ser entendida, requer provas. A fé, por sua vez alimenta a vida espiritual do homem. Santo Agostinho dizia que é necessário crer para entender.

Agostinho dizia que para que se perceba e se alcance a verdade, é necessário que se deseje encontra-la através de uma vontade reta. Essas verdades deverão ser aceitas pela fé que Deus revela.

Para Tomás, Deus é a essência de tudo, e, tudo que vier a posteriori, é simplesmente Seu ser. Ele afirma ainda que embora não possamos ver a Deus, Ele poderá ser visto e sentido pelos efeitos que conhecemos.

Concluindo, Fé a razão, quando conciliadas, pode sim melhorar o homem em seu interior e certamente faze-lo melhor.


AGOSTINHO DE HIPONA

Se antes a Grécia e Roma consagravam as artes, a ciência e a filosofia, o cristianismo irá buscar a teologia e o Ascetismo religioso. A filosofia questionava de que o conhecimento e certeza absoluta são possíveis defendendo um conjunto de afirmações autoritárias e verdades. Antes da conversão, Agostinho procurou a sabedoria na filosofia que para tudo teria uma pergunta. Mas, após sua conversão, Agostinho vê a fé como algo que não se questiona. Ela é tão verdadeira que não se duvida mais quanto a sua veracidade. Ela vem do dom de Deus, evidência absoluta e indiscutível.

“Apesar de, durante longos períodos da sua vida, não considerar a vida do céptico filosófico uma opção atractiva, em todas as suas obras mais importantes Agostinho continuou a responder ao desafio do cepticismo.”¹ (MATTHEWS Gareth B.).

O ser humano é finito, logo, é passível de erros e enganos, se comete o engano, logo, ele existe. Somente Deus é a verdade eterna absoluta. Somente Ele é infinito. Destarte, podemos entender que Santo Agostinho distinguia o conhecimento humano como: os sentidos é o existir; a razão inferior, ele defendia que as verdades racionais são comuns e acessíveis a todos; e a razão superior, que a razão é o meio ou a mediadora entre o nosso sentido interior e as verdades externas, imutáveis e universais.

Agostinho faz uma interpretação espiritualista de Platão, entretanto como foco a relação entre fé razão. Sem a fé, a razão nada pode. Só a fé auxiliada pela razão, salva o homem. Santo Agostinho vê a razão como um apenas mecanismo que torna inteligível aquilo que a fé revela. Para Agostinho, há duas interpretações mais comuns para que se entenda a verdade eterna: a primeira é que a “luz” só serve para iluminar as idéias e não pode ser vista. E, a outra, a que nos torna perceptível aos olhos, “o sol ” por exemplo, que é aquela que o homem homem possa perceber diretamente sem a interferência de Deus.

Segundo Agostinho, pecar é ultrapassar a lei de Deus, já que a alma foi criada por ele para governar o corpo. Para Agostinho o homem é fruto da criação de Deus que é a razão Suprema, logo, o homem possui uma alma racional e deve ser movido pela razão.

Ele dizia que alma e corpo não fazem parte de outro, mas não soube explicar como a alma se liga ao corpo.

Quanto ao mal que nos acontece, é como se fosse uma injeção para que possamos acordar e refletir sobre nossos atos. Saber discernir entre o certo e o errado. E sempre que nos acontece, questionamos sempre o “por que” esquecendo de questionar o “para que”. Ora, nenhum pai quando corrigi seu filho quer que ele sinta dor, mas muitas vezes se acha necessário para que através da dor, ele possa compreender o que é o certo e trilhar no caminho do bem. O mal que muitas vezes nos acontece, não é entendido e é através da correção que Deus na sua sabedoria permite que ele nos aconteça, para podermos crescer e superar as dificuldades, para que tenhamos a oportunidade de dar mais valor a vida. Mas, ao contrário disso se perguntarmos para os ateístas por que Deus não evita o mal, a resposta é simples, eles dirão que é porque Deus não existe.

“Na obra a Cidade de Deus, Agostinho faz oposição entre sensível e inteligível, alma e corpo, espírito e matéria, bem e mal e ser e não ser. Acrescenta a história à filosofia, interpretando a história da humanidade como o conflito entre a Cidade de Deus, inspirada no amor à Deus e nos valores que Cristo pregou, presentes na Igreja, e a Cidade humana, baseada nos valores imediatos e mundanos. Essas cidades estariam presentes na alma humana, e no final a Cidade de Deus triunfaria.”²


TOMÁS DE AQUINO

“Tomás de Aquino é a expressão mais acabada do esforço que a razão pode fazer para dar um tratamento às questões que envolvem a Fé e a Razão no exercício sempre aberto da aventura humana em busca do conhecimento.”³

Seus ensinamentos, questionamentos e conhecimentos, está vivo deste a sua existência até a data de hoje e certamente serão os de amanhã entorno da fé e a razão. Os principais escritos de Tomás são: As obras sistemáticas; As "Questões disputadas"; Os comentários filosóficos (referem-se as obras de Aristóteles); E, mais dois ensaios filosóficos de grande valor. Um tratando de metafísica e o outro de Política.

A razão e fé Abelardo, contrapõe Tomás nessa interpretação, em que a razão separa-se da fé e, destarte, gera-se um conflito entre o saber humano e religioso. Tomás eleva o equilíbrio entre a Filosofia e a Teologia que mesmo distintas não são necessariamente separadas e ambas podem sim tratar dos dois assuntos por exemplo daquele que é perfeitíssimo que é Deus. Os dois gêneros de ciências partem de princípios conhecidos. A primeira é aquela que pode ser investigada pela razão; a outra está acima da razão. Entretanto de modo conveniente propostas por Deus para que se acredite em ambas. S. Tomás de Aquino eleva o equilíbrio entre a Filosofia e a Teologia que mesmo distintas não são necessariamente separadas e ambas podem sim tratar dos dois assuntos por exemplo daquele que é perfeitíssimo que é Deus.

Quanto à fé e razão, distinguir, mas não confundir. Não se opor entre fé e razão, mas sim harmonizar. Esse era o pensamento de Aquino. Se encontrar nas afirmações dos filósofos alguma coisa contrária a fé, segundo Tomás de Aquino, dar-se devido o mau uso da razão. Embora a razão seja suficiente para conhecer as verdades, Tomás buscou construir uma teologia natural, apenas com o auxílio da razão, para mostrar a coerência entre a razão e a revelação cristã.

Por outro lado, a razão pode prestar um precioso serviço a fé, e isto de três modos:

Deus é o criador do universo e aquele que não levar isso em conta, dificilmente conseguirá compreender as características do ser humano. Logo, ninguém é mais perfeito do que Deus. Semelhança não é perfeição.


CONCLUSÃO

O presente trabalho aborda e analisa de modo sucinto, vários pontos da vida, obras e pensamentos de Santo Agostinho e Tomás de Aquino, relatados pelo autor Batista Mondin em seu livro. Mas devemos lembrar que, falar de Agostinho é falar de fé e de ética. Duas formas de entender e definir bem este homem, filósofo e apaixonado por Deus. Duas concepções de vida pela qual e com grande maestria, quis mostrar ao mundo a importância da ética e o valor da fé, sobre a existência de Deus como a verdade absoluta e inquestionável. Para Agostinho a ética envolve o conjunto de virtudes humildade, sabedoria e bondade. Destarte, objetivamente nos ensinou que somente agindo dentro destes princípios, o homem poderá ser feliz.

Este outro grande filósofo São Tomás de Aquino produziu uma obra monumental, a "Suma Teológica", que elaborou os princípios da teologia cristã. Dentre tantos ensinamentos, Tomás de Aquino nos diz que: “Deus está mais próximo de nós do que nós de nós mesmos”.

KENNY, Anthony. Essência e Existência em Tomás de Aquino. História concisa da filosofia ocidental, Temas & Debates, 2003, pp.191-92 (trad. De. D. Murcho, F. Martinho, M. J. Figueiredo e Pedro Santos). Disponível em: http://rolandoa.blogs.sapo.pt/44039.html. .

MATTHEWS, Gareth B. Agostinho e o Cepticismo. Disponível em: http://criticanarede.com/hist_cepticismo.html.

MONDIN, Batista. Curso de Filosofia I. Tradução: Benôni Lemos. São Paulo: Edições Paulinas, 1981.

São Tomás de Aquino. Disponível em: http://www.consciencia.org/sao_tomas_de_aquino.shtml.

Santo Agostinho – Biografia e Pensamentos.

http://www.consciencia.org/santo_agostinho.shtml.

Valle, Bortolo. Tomás de Aquino: complemento entre Fé e Razão. Disponível em: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vestibular2009/conteudo.phtml?id=756056.

Joana Alice

Obs: Este trabalho foi baseado a partir de um capitulo do livro de Batista Mondim. Não é para uso oficial em trabalhos acadêmicos já que é apenas uma análise pessoal de entendimento.

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